Artigo – A má distribuição da água no Brasil

A extração de apenas 1/3 das reservas de água dos rios do Nordeste representa potencial suficiente para abastecer os 47 milhões de nordestinos com a taxa estipulada por organismos mundiais Aprendemos na escola que o nosso planeta é constituído de 1/3 de terra e 2/3 de água. Essa fração hídrica corresponde a aproximadamente 1,37 bilhão de km³, 97% dos quais constituem as águas dos oceanos e dos mares – portanto são águas salgadas –, restando apenas 3% de água doce. Desse percentual de água doce, que corresponde a cerca de 40 milhões de km³, grande parte está localizada nas calotas polares e nos glaciares, onde não existe tecnologia disponível para a captação e o transporte dessa água para uso das populações. O que resta são cerca de 100 mil km³, ou aproximadamente 0,3% do total de água doce disponível, para serem utilizados pelos habitantes do planeta, hoje estimados em mais de 6 bilhões de pessoas (70% desse volume são destinados à irrigação, 20% à indústria e somente 10% ao consumo humano). Há muita água, mas desigualmente distribuída: 60% se encontram em apenas 9 países, enquanto 80 outros enfrentam escassez. Pouco menos de um bilhão de pessoas consomem 86% da água existente no planeta, enquanto para 1,4 bilhão é insuficiente e para dois bilhões não é tratada, o que gera 85% de doenças veiculadas pela água.

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