Einstein no Ceará - As aventuras e desventuras de uma teoria arretada nos confins do sertão

Luiz Romero
Correndo pelo espaço, a Lua surgiria entre o Sol e a Terra. Projetaria uma sombra imensa sobre o planeta. E seguiria seu caminho. Parecia apenas outro eclipse. Exceto para quatro ingleses: fazia horas que eles olhavam para o céu, apreensivos. Divididos em dois grupos, o primeiro numa ilha da costa da África e o segundo numa cidade do nordeste do Brasil, torciam para que o brilho da constelação de Touro, ajudado pela escuridão, superasse as nuvens e chegasse às câmeras. O experimento não poderia dar errado. Dependia dele a comprovação de um dos maiores feitos da mente humana. Uma teoria que unificava tempo e espaço, energia e matéria, velocidade e gravidade, que reformulava um arcabouço de leis incompletas para desenhar um novo Universo, mais elegante e racional. Depois de 29 de maio de 1919, os africanos não desconfiavam, os brasileiros também não, mas o mundo nunca mais giraria como antes.

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